O PENTECOSTALISMO COMO OPOSITOR DA TEOLOGIA LIBERAL E DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

 



O movimento pentecostal surgiu no início do século XX, onde podemos, de certa forma, chamar Charles Fox Parham e William Seymour de “pais” do pentecostalismo. O movimento pentecostal surgiu com pilares, sendo eles: a valorização da pregação e ensino da Bíblia, tendo-a como totalmente inspirada e regra de fé e prática; fervor missionário; busca pelo batismo no Espírito Santo e dons espirituais; por fim, a luta contra a segregação racial e preconceitos, seja por cor da pele ou classe socioeconômica.

É conhecido o fato de que o movimento pentecostal tem sua raiz no movimento de santidade, e este, por sua vez, tem sua origem vinda do metodismo. Já o metodismo, surgiu no primeiro grande despertamento do século XVIII. Este grande despertamento, avivou espiritualmente a Inglaterra e os EUA, que estavam mergulhados em um esfriamento espiritual e na imoralidade, inclusive, no alcoolismo.

Após o primeiro grande despertamento, surge a teologia liberal, que por sua vez, pregava que a Bíblia não era a Palavra de Deus, apenas, continha a Palavra de Deus em algumas partes não sendo a Bíblia toda inspirada, mas somente partes inspiradas por Deus. Além de dizer que os milagres narrados nas Escrituras não são relatos literais, mas sim, histórias que nos trazem lições morais e espirituais. A teologia liberal também alega que os dons não são reais.

Após o surgimento da teologia liberal, nasce o segundo grande despertamento, que agora, foca em um evangelismo diferente do primeiro grande despertamento, pois o primeiro foi focado no arrependimento, e o segundo na afirmação da Bíblia como Palavra de Deus e que dons e milagres são reais e para serem vividos. Isso geral um fervor na crença no cristianismo, além da vivência de milagres e manifestações de dons espirituais. Sendo assim, podemos dizer que o movimento pentecostal tem raízes nesses dois grandes despertamentos.

A teologia liberal, mesmo combatida, continuou a se espalhar em muitos meios, e assim como ela surgiu nos cursos de teologia, também em um curso de teologia surgiu o movimento pentecostal, onde Parham ministrava aula e começou a difundir as bases do pentecostalismo, principalmente a realidade do batismo no Espírito Santo e o manifestar dos dons espirituais. Seymour era seu aluno, depois saiu do curso para assumir a direção de uma igreja, virou o pastor daquela que viria a ser conhecida como a igreja da Rua Azusa. Seymour também difundiu o pensamento dos pilares do pentecostalismo citados no início deste texto, apenas diferenciando-se de Parham no que tange a evidência inicial do batismo, pois Parham cria que as línguas era a única evidência, e Seymour cria que poderia ser qualquer dom junto com o amor ao próximo. Se faz necessário dizer, que o pentecostalismo surgiu na prática, como resposta a teologia liberal. Pois são antagônicos, já que a teologia liberal não crer na inerrância Bíblica, nem na inspiração total da Bíblia, tampouco em milagres e dons. Por sua vez, o pentecostalismo não só crê nisso, mas prega tudo isso como pilares do movimento. Desta maneira, o pentecostalismo com as bases dos dois grandes despertamentos, surge como o movimento opositor à teologia liberal e com a diferença dos dois grandes despertamento, que é sua duração que se estende a mais de um século, e sim, por esse motivo podemos dizer que não só pentecostalismo e teologia liberal são opostos, como também que o pentecostalismo é uma real —  não única — resposta a teologia liberal, e que todo pentecostal, por assim se declarar, deve não só não seguir a teologia liberal, como também se opor a ela.

Já a teologia da libertação surge no século 20 no seio da Igreja Católica Apóstolica Romana. Thomas Giulliano comenta que as raízes da teologia da libertação devem ser buscadas teologia liberal europeia. Na América Latina, vemos autores católicos como Gustavo Gutiérrez e Leonardo Boff, como difusores deste pensamento. A primeira publicação nesta área foi do teólogo presbiteriano Richard Shaull, missionário que atuou na Colômbia e a partir de 1952 atuou no Brasil, vendo a desigualdade social, valeu-se de ferramentas marxistas para analisar a sociedade e postulava que a existência cristã tem implicações revolucionárias e que o serviço da igreja no mundo deve ser primeiramente uma reforma social. Shaull, em sua publicação, não pregava sobre haver uma tentativa conversão ao cristianismo, somente a transformação social.

A teologia da libertação nada tem a ver como a libertação espiritual, ela prega um marxismo travestido de cristianismo, e prega a libertação do oprimido, que por sua vez, é o ensinamento de luta de classes e que o pobre/empregado é oprimido pelo capitalismo, pelos patrões e pelo ricos, até mesmo pela classe média, e que o pobre precisa ser liberto dessa opressão, por isso o nome de teologia da libertação. Alguns dos difusores desta teologia, pregam que o papel principal do cristianismo e da igreja  deve ser transformação social e apoio social, e depois a salvação espiritual e transformação espiritual, o que é a inversão da ordem ensinada na Bíblia, que diz que o papel da Igreja é levar o evangelho as pessoas para que elas possam crer no sacrifício salvífico de Jesus, serem salvas e receberem uma transformação espiritual e, após isso, então essa transformação geraria nas pessoas uma mudança para melhor em seus pensamentos e atos, assim agindo da melhor maneira para com o próximo e lutando contra injustiças, até mesmo as sociais, e ajudando aos necessitados. Todavia, há defensores da teologia da libertação ainda mais radicais, os quais nem falam sobre salvação e transformação espiritual, nem mesmo como obra secundária da igreja, apenas defendem que o papel da igreja é a transformação social. Vale ressaltar que quando os da teologia da libertação falam em transformação social, estão falando nos moldes marxistas, o socialismo.

Paulo Freire, era adepto desta teologia, era seguidor de Antônio Gramsci, o qual ensinava que a revolução socialista/comunista viria por tomar as mentes das pessoas a partir das escolas e universidades. Assim, Freire, enquanto tentava alfabetizar as pessoas, também tentava encucar em suas mentes a luta de classes e a tal libertação do oprimido. Freire dizia que a educação não era um fim, mas era apenas um meio de criar uma mente socialista nas pessoas, em outras palavras, Freire não tinha como finalidade maior alfabetizar, mas sim formar militantes.

Aí entra a pergunta: em que a teologia da libertação e o pentecostalismo são opostos?

A resposta (ou as respostas) é que a teologia da libertação tem bases vindas da teologia liberal, isso por não ter a Bíblia como regra de fé e prática e não foca na pregação e ensino do evangelho para salvação espiritual. Além disso, ao contrário da teologia da libertação, o pentecostalismo tem o fervor missionário em sua essência e pilares, tem a busca pelo batismo no Espírito Santo e vivência dos dons espirituais e ministeriais. O pentecostalismo coloca a primazia da obra evangelística exatamente a salvação do homem, sua transformação espiritual, e em segundo plano mudança de sociedade a partir desta mudança interior das pessoas e então a ajuda aos necessitados.

Desta maneira, podemos dizer que o pentecostalismo é antagônico a teologia da libertação por diferente da ideia marxista travestida de cristianismo, o pentecostalismo não inverte a ordem dos objetivos da evangelização, tampoco exclui fatores espirituais necessários a transformação do indivíduo e da sociedade. Sendo assim, do mesmo modo que um pentecostal pode ser sincero com o que diz crer, não pode seguir a teologia liberal, também não pode seguir a teologia da libertação, ainda mais sabendo que esta tem fundamento no marxismo, pensamento de Karl Marx, um judeu supostamente ateu, mas com sérios indícios de ser satanista, o qual dizia que seu maior intuito era destruir a maior criação de Deus, o homem. Ele também ensinava que a religião e principalmente o cristianismo atrapalhava a sociedade e a revolução socialista, por isso, o cristão seguir a teologia da libertação, é seguir e apoiar uma doutrina contrária ao cristianismo.

 

Escrito pelo pastor, teólogo e professor Luis Roldan. (Graduado em Teologia; pós-graduado em História da Igreja; pós-graduado em Docência do Ensino Superior)

Biografia:

Bruce L. Sheeley - História do Cristianismo

Daniel Braga Torres - A cristofobia no século XXI: Entendendo a perseguição aos cristãos no terceiro milênio.

Thomas Giulliano - Desconstruindo Paulo Freire.

Vinícius Couto - Culto Cristão: origens desdenvolvimento e desafios contemporâneos.

 

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