#VÍDEO - A diferença entre Batismo no Espírito Santo e Batismo pelo Espírito

 




Que os pentecostais creem que o batismo com/no Espírito Santo é diferente daquilo que acreditam os reformados "tradicionais", por exemplo, não é novidade. Discussões acaloradas já aconteceram nas redes sociais e também em programas de debates como o Vejam Só. 

Entretanto, nem todos os reformados (tradicionais) acreditavam que a regeneração é igual ao batismo no Espírito Santo. 

O Pr. Martyn Lloyd-Jones foi um exemplo disso, mostrando que mesmo entre os reformados o assunto não era unanimidade; embora a maioria creia que batismo com/no Espírito Santo equivalha à regeneração. Veja o que dizia o dr. Lloyd-Jones

Você descobrirá que alguns gostariam que você acreditasse que isso é principalmente uma questão relacionada às "qualidades morais e caráter". Mas não é. Isso é santificação. Essa visão é pura e absoluta confusão. Isto não está relacionado principalmente com qualidades morais ou caráter; isto está principalmente relacionado com testemunho, evidência e eficiência no agir de Deus.[1]

O grande reformador Ulrich Zwingli não cria da mesma forma como muitos reformados interpretam o tema. É interessante esboçar isso, tendo em vista que muitos pentecostais são colocados em uma espécie de "subúrbio" teológico por acreditarem que o batismo no ES é diferente da regeneração. 

O batismo no Espírito Santo é duplo. Primeiro, há o batismo pelo qual todos são submersos para dentro dos que crêem em Cristo. [...] Segundo, há o batismo externo do Espírito Santo, assim como há o batismo das águas. Encharcados com isso, homens piedosos começaram ao mesmo tempo a falar em línguas estranhas [At 2.4-11]. [...] Esse último batismo do Espírito Santo não é necessário, mas o primeiro é tão necessário que ninguém pode ser salvo sem ele. [...] Agora, não estamos todos imbuídos com o sinal de línguas, mas todos nós, que somos piedosos, tornamo-nos fiéis pela iluminação e atração do Espírito Santo.[2]


É verdade que a maioria dos continuístas[3]ficam ao lados dos reformados quado se trata da interpretação do batismo com/no ES. Acreditamos que isso é fruto dos desdobramentos históricos entre pentecostais e continuístas, mas que não vem ao caso tratar aqui desse tema. O próprio Pr. Gordon Fee (ministro da Assembleia de Deus nos EUA), que é bem conhecido na Acadêmia por sua habilidade exegética, destoou um pouco da compreensão majoritária  do batismo no ES dentro dos círculos pentecostais, e por causa disso recebeu uma crítica contundente do dr. Roger Stronstad, que nas entrelinhas o chamou de "pentecostal-nominal". 

Embora [Gordon] Fee permaneça pentecostal em sua experiência, e até defenda a probabilidade de se falar em línguas quando se recebe o Espírito Santo, sua hermenêutica deixa de ser pentecostal em qualquer sentido normativo, por ele ter posicionado o batismo no Espírito Santo ao lado da conversão, em vez de colocá-la junto à vocação.[4]


Posto isso, os textos nos Evangelhos bem como os textos de Atos dos Apóstolos referentes ao batismo com/no ES, parecem favorecer os pentecostais. No entanto, há um versículo de Paulo aos Coríntios, que eventualmente é usado para "refutar" a interpretação pentecostal. 

Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. 1 Coríntios 12:13


Afinal, o versículo acima nega que o batismo com/no Espírito Santo é uma experiência distinta da regeneração?

Para responder essa pergunta, queremos propor um vídeo do saudoso Pr. Antônio Gilberto discorrendo o tema, com a sabedoria que lhe era peculiar. 


Em Cristo, Vinícius O. dos Santos.

[1] LLOYD-JONES, M. O Batismo e os dons do Espírito : Poder e renovação segundo as Escrituras. Natal: Carisma, 2018. p. 87
[2] ULRICH, Z, Commentary and False Religion, eds. S. M. Jackson and C. N. Heller (Durham, NC: The Labyrinth Press, 1981), p. 187, 188.
[3] Continuístas são aqueles que creem na contemporaneidade dos dons espirituais. 
[4] STRONSTAD, R. Hermenêutica Pentecostal: Espírito, Escritura e Teologia. Editora Carisma, 2020. p.40

Postar um comentário

Anterior Próxima

نموذج الاتصال