Por que eu creio no dom de línguas?




Porque eu creio no dom de línguas?

(1) Porque a Bíblia me assegura que o dom sempre existiu, e ainda hoje está disponível à igreja até ao arrebatamento dela (1 Co 1.7-8).

(2) Porque podemos experimentá-lo na prática.

(3) Porque seria muita prepotência de minha parte, dizer que milhões e milhões de cristãos que confessam a Cristo espalhados pelo mundo por meio da fé pentecostal, continuísta e carismática, estariam todos mentindo de “birra” sobre suas respectivas experiências (embora eu não negue as falsas manifestações).

(4) Porque muitos pastores, exegetas, hermeneutas, e até mesmo professores de teologia reformada, também acreditam no dom. Vou citar alguns: D.A. Carson, Dom Codling, Sam Storms, John Piper, inclusive o anglicano professor de teologia Larry Hurtado. 
À premissa de que o dom de línguas cessou, não é unanimidade nem mesmo na igreja “mais cessacionista do Brasil”, a Presbiteriana. Um dos líderes/pregadores mais conhecidos desta igreja,  Hernandes Dias Lopez, afirmou crer no dom de línguas, não meramente como uma linguagem propriamente humana, mas divina e ininteligível (está disponível no YouTube).
O pastor canadense conservador presbiteriano Dom Codling, cita em nota de rodapé de seu livro, publicado pela Editora Carisma sob o nome “Sola Scriptura e os Dons de Revelação”, a controvérsia debatida em um dos Sínodos da igreja:
“A Igreja Presbiteriana reformada, Sínodo Evangélico. Minutos do 149º Sínodo Geral (em Maio de 1971), p.96. '... Tomemos nota cuidadosamente de que Paulo nos diz para não proibir falar em línguas. Certamente isto significa pública ou particularmente. Não temos a autoridade espiritual (v.36-40) de proibir línguas, mas apenas de limitá-las publicamente ao padrão que Paulo estabeleceu (v.27-28)'.” [1]
 
(5) Porque a história do cristianismo me assegura que este dom sempre existiu. O historiador cristão, Eddie Hyatt, remonta um acontecimento envolvendo um acusador dos cristãos na época de Orígenes [185-285 d.C]. Origines cita o fato em uma de suas obras. Leiamos o relato: 
[...] Orígenes cita acusação que Celso, um escritor pagão, fez contra os cristãos. Ele critica a confiança dos cristãos na inspiração dada pelo dom profético e então cita cinicamente pedaços de algumas profecias que ele ouviu. Ele então diz: “São somadas a essas promessas algumas palavras estranhas, ininteligíveis e fanáticas, cujo significado ninguém conhece”. Se essa frase se refere às línguas estranhas, como creem alguns, então é o testemunho de alguém exterior à igreja de que falar em línguas era algo comum naquele tempo. [2] 
Ambrósio [340-397 d.C] também faz menção do dom: 
“Veja que o Pai e Cristo também escolhem mestres para as Igrejas, e assim como o Pai dá o dom de cura, o Filho também o dá; assim como o Pai dá o dom de línguas, o Filho também o concedeu. Dessa maneira, nós sabemos que o mesmo ocorre com em relação ao Espírito Santo; ele concede os mesmos tipos de graças. Portanto, o Espírito dá os mesmos dons que o Pai, e o Filho também os dá.” [3] 
Santo Agostinho escreve:
“Quem jubila não pronuncia palavras. O júbilo é som alegre, sem palavras. É a voz da alma, trasbordante de alegria, a exprimir quanto possível seu afeto, sem dar-lhe sentido preciso. O homem, com alegria e exultação inexprimíveis e ininteligíveis, deixa transbordar sua alegria, sem palavras. Demonstra na voz a alegria, mas repleto de excessivo gáudio, não o explica oralmente. [4]
E, para não ser muito extenso, deixo aqui um relato do historiador católico, diácono Eddie Ensley em seu livro “Sons de Milagres”, onde ele cita um caso muito curioso envolvendo Tomás de Aquino:  
Um dos maiores teólogos de toda a história do cristianismo, a saber, Tomás de Aquino, orava jubilando na presença de Deus. Pois bem, assim nos conta o historiador e erudito católico Eddie Ensley, um assíduo estudante do fenômeno glossolalia na história da igreja em seu livro "Sons de Milagres", veja: 
"Considere-se, por exemplo, Tomás de Aquino, possivelmente o maior teólogo do último milênio. Escritos originais revelam que ele orava de maneira muito semelhante à de um carismático moderno. É possível ler muitos volumes de especialistas em Tomás de Aquino e não saber que ele gemia e derramava lágrimas em oração, e que orava em voz alta na expressão vocal sem palavras que poderíamos chamar de glossolalia." [5]

(6) Para finalizar, gostaria de dizer que o fato do mau uso do dom entre alguns pentecostais, não anula a existência dele. A igreja de Corinto também não sabia lidar com o dom, mas Paulo em nenhum momento alegou que isso implicaria na extinção ou falsificação do dom. O que me deixa um pouco espantado é a alegação cessacionista de que se "Paulo afirma que o dom de línguas é 'menor' de que o dom de profecia, logo ele não é um dom importante". Ora, Paulo nunca disse que o dom não tinha importância se usado em seu devido contexto, afinal, poderia Deus um ser perfeito e sublime dar um dom que não tenha utilidade? 

Em Cristo, Vinícius O. dos Santos.

REFERÊNCIAS: 
[1] CODLING, D. Sola Scriptura e os dons de Revelação: como lidar com a atual manifestação do dom de profecia?. Natal, RN: Carisma, 2017, 2ª Ed. p.178
[2] HYATT, Eddie L. 2000 Anos de Cristianismo Carismático: um olhar do século 21 na história da igreja a partir de uma perspectiva carismático-pentecostal. Natal, RN: Carisma, 2018. p.37
[3] IBID pp. 67-67
[4] ENSLEY, Eddie. Sons de Milagres. Campinas, SP: Eclessiae, 2017. 1ª Edição. p. 41 
[5] IBID p.24

Texto na íntegra:
https://www.facebook.com/PentecostalPensante/photos/a.997253683745851/1867502270054317/
 

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